Escolhas e renúncias são o que definem a gestão de qualquer empresa. Contudo, neste ponto além de seu propósito e seu planejamento, para gerir uma corporação, é imprescindível que haja um alinhamento entre o fator humano, os propósitos e seus objetivos.
Peter Drucker dizia que 90% do que chamamos de “gestão” consiste em tornar as coisas mais difíceis e, neste caso, os departamentos e seus gestores complicam todo o processo acreditando na necessidade de colocar em prática todas as teorias das escolas de administração. O que, cá entre nós, nem sempre dá certo na prática!
Ter uma gestão simples, alinhada com os propósitos e com os objetivos da empresa departamentalizada! Uauu, isso seria possível?
Como os japoneses pensam administração?
Kaizen – Todos melhorando tudo o tempo todo!
E isso só é viável com a simplificação dos objetivos e processos.
O equilíbrio consiste em fazer as escolhas e, por consequência, as renúncias certas. Nem sempre precisamos complicar processos, indicadores e metas! Pelo contrário, gerir está muito mais envolvido com o fator humano e suas falhas e imprevisibilidades, do que com gráficos e dados rebuscados.
A gestão envolve pessoas e quando não entendemos isso, pesarosamente, não se entende nada.
A grande sacada é envolver as pessoas nos processos e alinhá-as aos objetivos. Mas, não subestime a simplicidade dessa “fórmula mágica”.Essa é uma tarefa muito dolorosa e demorada, especialmente no momento inicial. É necessário abrir mão de anos e anos seguindo uma exata muito pouco humana, até que esta fórmula seja implementada de forma consistente e perene na sua empresa.
Este processo requer alinhamento estratégico entre os sócios, definindo de maneira honesta e desprendida de egos, o real propósito da empresa. O processo deve envolver também os gestores de todas as áreas e os colaboradores de cada área, abolindo a tradicional hierarquia vertical e acatando uma transição colaborativa.
E por que é demorado?
Por mudança de cultura! A nossa base educacional e estruturas tradicionais de trabalho, não são alicerçados na colaboração, pelo contrário, exigimos em demasia (a começar por nós), damos pouco mérito aos médios e exaltamos grandes resultados pautados, muitas vezes, na sobrecarga. Não que a exigência de uma excelência não seja importante, mas ela se dá naturalmente quando as pessoas se sentem parte do processo e dos objetivos. Isso promove uma sensação de pertencimento, estimulando para que elas tenham seus próprios objetivos sem precisar vir de um organograma.
Ou mudamos a forma de pensar a gestão ou entramos em extinção!
O planejamento para o início desse processo deve ser feito com a decisão de que muito se mudará em relação à pensamentos fixos, isso é imperativo a implementação e, por consequência, para o seu sucesso.
Outro momento importante é conhecer cada um dos colaboradores, suas habilidades, suas competências, isso pode provocar uma “dança das cadeiras” interessantes ao processo e alavancar resultados inimagináveis. Já se sentiu, em algum momento de sua carreira, mal aproveitado no cargo ou função que ocupou? Já pensou que, as pessoas podem se sentir assim e isso ser limitante nos resultados gerais?
Não adianta não estar, de fato, aberto ao processo, pois isso exigirá muitas mudanças de paradigmas, abdicar de um modelo tradicional amplamente difundido como trilha do sucesso há tanto tempo…
Mas… voltando a citar Peter Druck.. “ um plano não é nada sem que se converta em trabalho” então, quais seriam os passos?
- Alinhar propósito (pra quem, e por que?
- Alinhar as metas (não adianta mais planejar para daqui 5 anos pois nada é permanente! Tente pensar em 1 ano.)
- Fazer um raio-x completo das habilidades de seus pares e colaboradores
- Fazer um planejamento bilateral ( se o colaborador não souber o real motivo pelo qual ele deve acreditar no que faz, ele não faz!)
- Ouvir as pessoas que colaboram para o sucesso do seu negócio!
- Ouvir seus clientes.
- Fazer curadorias semanais dos seus ativos intelectuais
- Definir Objetivos claros a todos
- Definir métricas simples e essenciais para a análise de resultados
- Adaptar os controles de eficiência de processos
- Dar feedbacks de crescimento
- Fomentar o conhecimento
O processo de planejamento passará por alguns ajustes até atingir uma adesão massiva de todos e, quando isso acontecer, a tendência da curva é subir sempre.
Se essas arestas forem sendo aparadas semanalmente, mensalmente, se consegue entender os rumos de correção que devem ser tomados para atingir as metas e assim, as ações são rápidas e pontuais, sem burocracia ou empecilhos de hierarquias, cada um cuida do seu melhor para o coletivo funcionar.
As informações que obterá nesse processo darão base de análise como nunca teve no direcionamento de suas próximas ações. Daí a explosão da gestão de conhecimento.
Um aliado excepcional nesse processo, é o uso de ferramentas. A escolha delas deve ser feita com base na acomodação do maior número de dados possíveis, sendo utilizadas desde o marketing até o Sucesso do Cliente. A busca de uma ferramenta que integre marketing e vendas, ou seja ponta a ponta, deve atender as necessidades de todos os departamentos.
A importância de um olhar 360º do negócio é fundamental para essa composição, pessoas, processos e ferramentas de análise de dados.
O que mais importa no processo é entender que, tem de haver transformação, ainda que gradual. Vai demandar tempo e ajustes mas, quando a dinâmica começar a rodar o resultado será inacreditável.
Um conselho, se posso dar, abra-se ao olhar colaborativo e dormirá mais noites bem dormidas!
A gente se fala logo mais!
Grande abraço!